Toda a gente sabe da história da miúda de 15 anos que esteve presa durante 26 dias com mais de 20 reclusos, nem todos eles cavalheiros. Para mim, o que é mais fantástico nesta história é como agora, ainda depois do desmascarar dos acontecimentos, ainda se mantém a atitude tanto de polícias como de ladrões. Os polícias, magistrados, governadores, etc, a dizerem: “não fui eu, não fui eu – sou tão bonzinho e faço tudo o que posso para ajudar, não tenho é meios”. Os ladrões (reclusos, moradores, família) “não se pode dizer não à polícia, há que temer o bastão e comer o que se tem à mão”.
É preciso dizer que quem denunciou o caso foi um “ladrão”, o único cavalheiro visível na história, mas mesmo assim sem nome (só a sua alcunha foi revelada “o Aranha”) que, assim que foi libertado, se dirigiu à escola onde a menina estudava para obter a certidão de nascimento e, com essa prova de que ela era menor, foi ao “Conselho Tutelar” que depois deu seguimento ao caso.
Agora, mesmo depois de tudo estar a descoberto, a juíza que deu a ordem de prisão continua a dizer que a miúda devia ter problemas psicológicos porque mentiu acerca da idade, que “a garota provocava sexualmente os presos” e que "tem algum problema psíquico", etc. O governador lá do sítio afirma que é “normal” porem homens e mulheres juntos na mesma cela e que a família dela é a grande culpada já que a tinha abandonado há 3 anos! Falar em desresponsabilização é pouco, talvez insensibilidade, ou até cegueira... um tema para o Clint Eastwood.
É também caso para perguntar quem é que são os polícias, quem é que são os ladrões, no estado do Pará? A última nota, ela foi presa por furto, mas nem sequer houve furto, apenas “tentativa”...
Um levantar do véu:
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/12/10/327530968.asp
http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/12/12/327558698.asp
http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=130734
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