Os Radiohead lançaram um pingo de lucidez no mar de loucura que anda por aí com a chamada luta à pirataria, lançando o seu último álbum (In Rainbows) directamente na net e sem preço mínimo. Qualquer pessoa pode fazer o donwload, e escolhe o preço que quer pagar, que pode ir desde zero, até ao que ela quiser. Ou seja qualquer um de nós pode fazer o donwload, inteiramente dentro da lei e de acordo com os desejos da banda, pagando o que cada um achar bem, desde zero a ... : it’s up to you! Não acreditam? Podem experimentar:
O mais engraçado é que eles ganharam literalmente MILHÕES com este álbum potencialamente gratuíto. Apesar de uma grande quantidade de pessoas não ter pago, as que pagaram foram suficientes para dar milhões à banda. É possível que tenham ganho mais dinheiro com este álbum disponibilizado gratuitamente do que se tivessem sido pagas pelos processos normais das editoras!!
É simples não é!? Disponibiliza-se gratuitamente, cada um paga o que achar bem!
Brilhante! Lúcido! Enfim, simples!
Já agora, o que é que os magnatas da indústria discográfica respondem???
Bem, um dos primeiros comentários a esta história foi este:
“I really don't think it's fair that Radiohead is just giving it away over the internet... Record companies put in a lot of hard work and effort to make a band successful, and I think it's really dishonest to just cut them out like that.
Perhaps its time the government did something about it, before the record industry starts losing even more revenue and therefore jobs.”
Ou seja, segundo esta ilustre opinião, é injusto que os radiohead disponham da sua própria música disponibilizando-a gratuitamente (música que os próprios Radiohead criaram e que não está ao abrigo de qualquer contracto com qualquer editora), e o governo deveria impedir este tipo de atitudes de modo a proteger os lucros da indústria discográfica. Que alguém ache correcto ou de bom senso dizer isto em público é certamente o melhor indicador do clima de absurdo generalizado que se estabeleceu acerca do copyright e de perseguição aos chamados “piratas” informáticos, quando os verdadeiros piratas vestem fatos de mil dólares e nos tentam impingir como arte o que nos torna mais dependentes.
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