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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Amo-te! Quanto? O que mataria para que vivesses...

Meu Amor, és Bela, és o Sonho que alumia as minhas noites e guia os meus dias.
Por ti faço tudo, por ti estou disposto a morrer.
A tua Beleza é o que dá sentido ao que de outro modo seria o caos da vida.

Deixa-me dar-te a minha vida, deixa-me morrer por ti, deixa-me definir-me em função do que te faz bem...

Se fores um gato, tirar-te-ei fotografias que espalharei pela casa e vídeos que postarei no Youtube. Brincarei contigo, dar-te-ei as melhores comidas. Que me interessam a mim os coelhos, os frangos e as pombas que tiverem de morrer para que os teus olhos continuem a sorrir?

E quando estiveres doente estarei lá para ti, levar-te-ei ao veterinário, gastarei o dinheiro que for preciso, farei o que estiver ao meu alcance, para te ver viver.

Se fores uma pessoa, também te vou tirar fotografias, e espalhá-las pela casa. Cantarei os teus encantos e dir-te-ei, sem nunca me cansar, o quanto és bela, o quanto te amo, o quanto trazes canto aos meus dias e noites, como seria insuportável viver sem ti. Dir-te-ei, porque é verdade, que és como as estrelas, o céu, uma montanha bela recortada sobre a noite, a magia de todas as coisas...

Ai o que eu faria por ti! O que eu farei por ti! O que eu faço por ti!

Construo estradas, alimento cidades, viajo para continentes recônditos... Dou-te o que tenho de melhor, dou-te o que o mundo tem de melhor...

Matarei gazelas, peixes de toda a espécie, até outras pessoas se te quiserem fazer mal... Dizimarei florestas, afugentarei os animais, destruirei qualquer ecossistema para te dar a ti o trigo, o arroz, a alfarroba, o chocolate, o azeite, com o qual te deliciarás...

Viver é uma escolha, é ver algo como belo e matar o resto para que a beleza que vemos sobreviva.

Sem esse objetivo, esse ponto fulcral que dá perspetiva a toda a nossa vida,

seríamos como objetos inanimados: vogando ao sabor das correntes, existindo apenas enquanto algo nos fizesse viver. Poderíamos sentir, talvez, mas tudo, o prazer e a dor, as cores e os sons, seriam experiências sem significado, sem sentido.

Amo-te meu Amor, tu és a minha razão de Ser, és o que dás sentido à minha vida.

Por ti vivo, mato e deixo-me morrer.

Diz-me o que Amas, que Beleza te guia, dir-te-ei quem és...
Diz-me o quanto Amas e dir-te-ei o que estás disposto(a) a destruir.

sábado, 7 de maio de 2011

Velho!


Paralysis. Cada gesto é um esforço, tudo convida à quietude, a vida morreu, a pele está velha, cansada, sente-se os ossos, o esqueleto. Nem me lembro de quando era água viva, fluída e risonha. Vêm-me à memória esses tempos como imagens de uma criança que em tempos conheci, uma criança muito distante que não poderia voltar a ser, nem sequer imaginar-me a ser.

As crianças parecem vir de lugares tão distantes. A sua energia, a sua força, falam como que de um paraíso perdido. Eu, que estou, como dizem, "com os pés para a cova". Arrasto-me, lamento-me, vejo a hora chegar... a hora da partida final. E só consigo pensar: mas porque dura tanto tempo? Noutros tempos morríamos logo, na flor da vida. Hoje, tantos medicamentos, operações, cuidados, alimentação, aquecimento e tantas outras coisas, vão-nos mantendo e mantendo e mantendo, até que começamos a apodrecer pelo interior. Vamos vendo as coisas a começar a falhar. Primeiro o sistema circulatório já não é o que era, a visão piora, a força enfraquece, a agilidade desaparece... um a um os sistemas vão parando até que olhamos com alguma surpresa para aqueles que se mantém "vivos"... os resistentes no meio da debandada geral...

Pergunto-me se não seria melhor abandonar esta vida ainda pleno de jovialidade. Mas é só a parte infantil e saudosista que o pergunta. Porque eu, verdadeiramente, a luz da consciência, está-se, verdadeiramente, nas tintas. E quer apenas, absorver, nos seus vários matizes, os cambiantes da vida. Um jovem incapaz de imaginar um velho, um velho incapaz de se imaginar jovem, eis a única pobreza, de visão, a interior.

E se bem que o meu corpo esteja a morrer, dia a dia, em declínio fatal, a viagem não é menos bela, menos autêntica, menos atraente. Como um passeio de bicicleta em que chegámos àquele ponto em que começamos a voltar para trás, já olhamos com alguma saudade para a viagem que não se irá repetir, nunca mais, pelos milhões de anos fora. Outras aventuras se viverão no mundo, quase todas com outras personagens e contextos... mas agora, aqui, eis a oportunidade de cheirar mais esta flor, de ver mais este rio, de sentir mais este momento, pleno de tudo.

Sim! Morra a carne, apodreçam os tendões, absorva-me a dor e encha-me o peito esta vontade de ficar imóvel... Eu verei tudo, apaixonadamente como sempre, detalhadamente, quanto puder... lá estarei, no momento da doença, da desgraça, da perda do que tanto se valorizou... e quando os meus olhos, lentamente, se desfocarem do mundo visível, acho que vou chorar, de pena, por não ver as serras e os mares, as estrelas e as flores, a pele e os seus poros e pelos, os teus olhos, tão belos e cheios de perfumes e mistérios de outras dimensões...

Mas na minha mente, cada vez mais reduzida e senil, gostaria de conservar pelo menos esta verdade: que o mundo é maior e mais belo do que aquilo que sou capaz de ver...

que o mundo é maior, muito maior, e mais belo, muito mais belo, do que aquilo que sou capaz de ver...

e mergulharei na escuridão dos tempos, e o Pedro nunca voltará... nunca mais...

mas virão biliões de biliões de outros Pedros, tal como eu vim... e brilharão, como eu, à luz do sol e tremerão ao frio da chuva, e viverão mil aventuras e terá valido a pena porque sim! porque sim

segunda-feira, 21 de abril de 2008

A morte do meu pai

O meu pai faleceu a 14 de Abril, às três da madrugada. Foi o fim do martírio que o atingiu de surpresa dia 26 de Agosto de 2007. Muitos meses de dor e muito carinho e proximidade com os filhos e a muito amada esposa. Meses de despedida, meses de celebração da sua companhia, de saborear cada momento, cada gesto, cada parte do seu corpo que se despedia também...

(o meu pai e irmã dia 17 de Out de 2007)

Na missa do velório disse mais ou menos isto:
"Foram-me concedidas muitas bênçãos na minha vida, mas sempre disse e senti que a maior de todas foi sem dúvida a minha família, e sobretudo a minha mãe e o meu pai, que Acreditaram em mim e, dando-me tudo o que tinham, me permitiram ser o que sou.
De todas as pessoas que conheci e de que ouvi falar, mesmo em livros, o meu pai foi a mais Apaixonada, pela mulher, pelos filhos. Deu tudo o que tinha em nosso favor, em nome do Amor, em nome do Seu Amor, em nome do nosso Amor.
O meu pai foi para mim sempre um grande exemplo de abnegação, de despojamento, mas, nestes últimos meses conseguiu surpreender-me ainda mais, pela sua coragem, pois, mesmo vendo-se a morrer lentamente, com as suas capacidades físicas e mentais a desvanecerem-se, ainda assim pensava sobretudo em nós, e pôs a nossa vida à frente da sua.
Sinto-me muito Grato, com muita sorte, por ter tido como pai alguém que me deu um tão elevado exemplo, por ter podido privar com ele em tantos anos e, tão intensamente, nos últimos meses. Espero conseguir um dia ter a sua capacidade de abnegação."

Aquilo que não disse no velório é que não senti qualquer perda. O meu pai voa algures nos mares ou céus do Mundo e eu voo com ele, as nossas asas batendo a ritmos diferentes, mas lado a lado, no mesmo céu. Não nos vemos com os olhos do cérebro, mas sim com os olhos da alma, que o coração pressente e de que os subtis eflúvios da emoção dão o sinal aparente e interiormente visível.

Pai, não preciso de te dizer que estás presente e que para mim não morreste. A nossa relação continua, mesmo que em outras esferas.

A experiência do funeral, ao contrário da da morte, foi enormemente pesada. Aí se encontraram pessoas, todas a dizer não, em coro. Não ao facto porque cada vez que nos agarramos ao que possuímos negamos a inevitabilidade omnipresente da morte; não à presença, que isto dos fantasmas e espíritos desencarnados assusta muita gente. É que os fantasmas vêem até ao íntimo, não é possível mentir-lhes, fazer-lhes face: eles olham directamente o coração e vêem mesmo aquilo que não quereríamos mostrar nem a nós próprios. Quem tem algo a esconder é bom que não acredite em fantasmas.

Então o funeral é a procissão daqueles que, indo também eles morrer, um dia, negam essa morte e maldizem-na. Tentam fugir dela como "o diabo da cruz". E dizem "foi um grande mal".

Que grande drama é um funeral...

Meu Pai, sei que também tu anseias pela experiência física que tiveste, e respeito os teus apegos, mas espero que agora, estando morto, desenvolvas ainda mais a tua visão, de modo a estares cada vez mais presente e perto daquilo que amas.

"Não há longe nem distância..."

-------"Não há longe nem distância"

--------------"Não há longe nem distância"

Tudo o que deixamos viver no nosso coração vive connosco, abramos portanto o nosso coração: a Separação é ilusória.

Por outro lado a experiência do funeral foi uma experiência lindíssima de pessoas que se tentavam confortar e apoiar mutuamente numa altura de sentida tempestade. Aos familiares e amigos que vieram ou telefonaram e se fizeram sentir por outros meios, o meu Obrigado em meu nome e em nome da minha mãe e irmãs, pois sei bem o quanto significou para nós a vossa Presença, o vosso Amor, a vossa Força, o vosso Abraço como que dizendo: não vos deixais superar pela crise, estamos convosco e juntos permaneceremos, pois é esta junção, este dar os braços, esta Amizade, que nos permite superar tudo e suportar as dores mais fortes da vida.

É por isso que os amantes apaixonados querem estar sós e na dor precisamos do Abraço... a Dor quase infinita da Morte aproxima-nos do véu da loucura, do qual a companhia dos braços solidários nos vêm salvar, mantendo-nos seguros, a são e salvo, perante o Abismo, a Enormidade, da Vida.

Depois do funeral veio a cremação. Senti o meu pai voar nessa altura, se já antes se sentiam as suas asas alegres ecoando nos espaços da Eternidade, agora era o riso também que se desprendia de um corpo que se esvaziava em cinzas.

Depois do magnífico apoio deste dia de amigos e familiares veio o vazio da solidão. Bom também para poder contemplar e integrar tudo o que passou. Nos dias que se seguiram fomos à funerária e entrámos em contacto com a comédia que rodeia a morte. São as contas bancárias bloqueadas, é o imposto que a minha mãe terá de pagar por uma casa que é dela, são as infindáveis quantidades de papéis que é preciso apresentar (incluindo uma planta aérea da casa a pedir na Câmara Municipal), etc. Ou seja, é a burocracia a salvar-nos do peso de termos de pensar e encarar o inevitável. E depois há outros pormenores, "a urna é biodegradável" e não convém deitar o pedacinho de metal fora pois "pode dar à costa". Enfim, morre uma pessoa para isto, burocracias, urnas biodegradáveis e preocupações materiais.

Tudo é importante, eu sei, mas sei sobretudo o que Amavas meu Pai, porque viveste: em nome de nós, a tua mulher e filhos, em nome do Amor...

disseram-me que aquilo que disse no velório reflectia uma experiência comum, que retractava tantos (talvez todos os) outros pais do mundo, "o meu pai também era assim - isso que disseste foi também o que senti". Que surpresa! Ainda bem! Fico muito contente por isso!! Mas eu só te conheço a ti meu pai. Dos outros terão de falar quem os conhece intimamente, o meu coração está contigo!!! Vivemos tanto tempo juntos e sei que me agradeces também o pouco que te soube dar. Espero que me perdoes não te ter dado mais. Não ter estado mais tempo contigo, não ter sabido olhar-te sempre de maneira a ver o teu amor e o que te animava intimamente. Pois... também houve aqueles dias em que não nos entendemos assim tão bem.

sabes, guardei a tua máquina de barbear, usei-a e senti o teu cheiro na minha pele, parecia que estávamos juntos, mais uma vez. Aqueles passeios em Sintra, pelo campo, aqueles dias em que me dizias: "daqui a oito dias voltamos" (só hoje percebo que eras sincero!) e que eu não queria que acabassem nunca. Lembras-te, eu lembro-me, daquelas viagens em que atravessávamos o Tejo, em busca dos pasteis de bacalhau de Cacilhas? Queríamos na verdade era estar juntos a contemplar o Mar e a Maravilha da Existência.

Que maravilhosos Abraços demos, com que maravilhosos beijinhos nos cumprimentávamos na face... Com que olhar cheio de Espanto contemplava e me lembro do teu Maravilhoso Olhar... por vezes tão sorridente, parecendo querer acreditar num mundo cheio de Paz e Companhia... Trouxeste essa Luz ao nosso mundo muitas vezes, sei que estás Grato também por tudo o que viveste, por tudo o que aprendeste. Disseste há pouco tempo que tiveste muita sorte porque, "nunca tendo tido muito de cabeça (nunca pudeste estudar), tive mesmo muita muita sorte com a minha mulher". Todos nós vimos como tu a amavas, e se estivesses cá hoje, sei bem que dirias que foi o teu maior amor, e por ela darias a vida e tudo, e a ela te consagraste inteiramente (nem sempre da melhor maneira, mas da maneira que sabias) e não estás nada arrependido pois não? Pois claro que não. Sabes que tiveste tanta sorte por a teres nos teus braços... quanto mais dores viverias, quanto mais martírios sofrerias para a veres mais uma vez? Para sentires a sua mão na tua mão mais uma vez?

Darias muito, sofrerias muito, para nos veres mais uma vez. Estás Grato por nos teres conhecido daquela maneira, naquele mundo, naquele bocadinho de espaço-tempo que foram as nossas vidas em conjunto. Sei que nos amas, que nos admiras, que sentes por nós o fascínio de "uns filhos que não há palavras para os descrever de tão bons que são", "um filho que merece tudo", "uma mulher maravilhosa"... Gostaria que tivesses a tua voz, sou um péssimo tradutor de quem partiu, sei que quererias dizer mil coisas, de falar de tudo o que te agradou: dos passarinhos que voam e poisam belos nas árvores apreciando o Sol. Dos dias em que ele se esconde atrás das árvores e nós passeamos no calor dos dias amenos passados na descoberta de pequenas coisas, do grilo, da semente e do pássaro que canta para encantar, de como amas este mundo cheio de coisas simples mas cheias de maravilha e de como gostarias que todos vivêssemos em Paz. Sei ainda como o teu maior desejo é que sejamos Felizes, que olhemos a tua morte não como um Adeus mas um "Até Já", e como queres que fruamos ao máximo do que nos resta das nossas vidas. Sei que a melhor maneira de respeitar o teu último desejo seria o "carpe diem" - aproveita o dia, o tempo, o melhor possível, Sê, Desfruta, faz florir esse Amor que está guardado em todos à espera de renascer em cada momento.

Dizes-me: Traz dos Mares, da sua Enorme Beleza, Esperança que Acompanhe os Homens, são todos Guardiões do Ser e de Mistérios e de pequenas coisas, e tudo isso é apenas Amor e nós viajantes nele. Dirias ainda: vai meu filho, Busca o que vieste Buscar, não desistas não desperdices o que te foi dado... Eu parti, mas tu continuas, e deves continuar... é o teu dever. Deves cumprir esse Amor que te alimenta... São as coisas Belas da Vida que nos alimentam... Procura-as... Aproveita a Vida, aproveita, tudo de bom que tem para te dar, aproveita meu filho, aproveita... e dá tudo o que encontrares a quem precisar...

E muito mais dirias...

Um dia voltaremos ao teu encontro, até lá

-------não te digo Adeus,

--------------tens o meu Coração Aberto

--------------sempre que quiseres Voltar!!

--------------e pelos meus olhos podes ver mais um pouco deste Mundo...

------Um Abraço Eterno

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Coração (poema sem interesse a não ser quando lido por quem esteja, eventualmente, a morrer)

Coração, órgão mole, frágil ritmando, bombeando, ai, a vontade de viver...

transportas a vida a todo o meu corpo:

cantas, com ritmo próprio, quase independente, um Hino constante à Vida e ao Desejo de a Viver...

cada tua pulsação é um Beijo de Amor,

um Apelo à Vida, e à sua continuação.

no teu peito engancham-se emoções e ideias, transformadas em projectos, onde tentações e objectos disputam cada uma das tuas preciosas batidas.

Ligação ao Mundo!

Não desistas de mim ó coração...

Pujante, implodes por mim o sangue

que me alimenta...

És o ser mais íntimo que penetra

cada pedaço do corpo e o invade de vida...

Sentimento meu...

o Apego que dá à vida a vida para continuar...

Não desistas de mim ó coração...

que este corpo é o Trânsito

de tudo o que sou

para tudo o que conheço

e quero conhecer

Nesta vida...

Não desistas de mim ó coração...

que Amigos, Família, Computadores,

Frases e Ideias,

tão conhecidas, quase íntimas,

Toda uma forma de beijar a vida,

e de me encantar,

só por ti, lhe tenho acesso,

e tudo perco, em simultâneo e num repente!, se te vais...

Imprimi em ti,

Ó Coração,

os meus medos, desejos,

ansiedades, até Amigos e Amores...

e por isso bates, impulsionas em mim,

o sangue da Vida,

Transportando o Venoso ao Arterial

de novo em novo, procurando a transformação...

Quando terás fim Coração?!

Quando, satisfeito, pararás, em êxtase ou aflição, na partida para um novo(?) Mundo?

Não me abandones ó coração,

Quando voar noutros espaços

serás sempre meu

Como um desconhecido distante

Como um amigo sempre presente

Como uma memória imprimida

na Consciência lúcida

não abandonado

mas resolvido...

Ó Coração

não te abandono

mesmo depois

de Parado

/

Harmonizado

Continuarás a ser para mim

Íntimo...

e Agradeço-te Tudo!

(agora em vida, que depois, não sei se terei oportunidade ^_^)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O fim dos apegos - Velha roupa colorida

Para começar o dia! Note-se que, para além das referências ao Raven do Edgar Allen Poe, existem também referências ao Assum preto, de Luíz Gonzaga. A ideia do Raven é que nada se repete, a canção do Assum preto é das mais tristes que se pode imaginar, mas, ainda assim, essa tristeza está ligada, como no Raven, ao apego ao passado. Quando nos libertamos de todo o apego só pode haver felicidade, alegria infinita, voando por todos os lados, inunda-nos Êxtase Pleno...



E daí a Liberdade da velha roupa colorida


Elis -

http://www.youtube.com/watch?v=T94xc5wxANM


Velha roupa colorida

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Composição: Belchior. Interpretação: Elis Regina.


Você não sente não vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

O que há algum tempo era novo, jovem

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer (bis)

Nunca mais teu pai falou: "She's leaving home"

E meteu o pé na estrada like a Rolling Stone...

Nunca mais você buscou sua menina

Para correr no seu carro, loucura, chiclete e som

Nunca mais você saiu a rua em grupo reunido

O dedo em V, cabelo ao vento

Amor e flor, que é do cartaz?

No presente a mente, o corpo é diferente

E o passado é uma roupa que não nos serve mais (bis)

Você não sente não vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

O que há algum tempo era novo, jovem

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer (bis)

Como Poe, poeta louco americano,

Eu pergunto ao passarinho: "Blackbird, o que se faz?"

Raven never raven never raven

Blackbird me responde

Tudo já ficou atras

Raven never raven never raven

Assum-preto me responde

O passado nunca mais

Você não sente não vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

O que há algum tempo era novo, jovem

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer (bis)

E precisamos rejuvenescer