terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Vou para casa... e tu?

Dois amigos, de amizade tão longa que já esquecida, encontram-se. Diz um para o outro, «para onde vais?» «Vou para casa, e tu?», «também...»

«Então vem daí que eu dou-te boleia!»

Que gesto tão simpático, e generoso; e lá vão os dois amigos, caminhando juntos, cantarolando cada um a sua melodia, até que repara um: «mas este não é o caminho de casa!» «Claro que é!» responde o outro. «A minha casa fica em altas montanhas, onde o sol não chega sequer a alumiar, de tão altas que são», «pois a minha fica no mar mais profundo, alimentando os seres mais exóticos, na diversidade de tudo». Ahhhh!!

Afinal não te posso dar boleia, meu Amigo, autêntico Irmão,

então deixa-me voltar à estrada, encontrar-nos-emos um dia, e senão, estarás sempre no meu peito, como chama acesa e viva!

Entretanto param e à beira da estrada, está um vagabundo... «Olha lá, perguntam, vais para casa?»

e ele responde:

«Não tenho casa, vivo em todo o lado, aberto a todas as casas mas não pertencendo a nenhuma, aceito todas as boleias mas em nenhum sítio permanecerei..."

Os amigos deixaram o vagabundo à beira da estrada, pois o caminho de cada um era difícil e perigoso e exigia de cada um toda a força, coragem e lucidez de que fossem capazes. Not for the faint hearted...

He remained, as if fainted... as if nothing but a faint hearted man...

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