"Quando concebemos a substância, concebemos somente uma coisa que existe de tal modo que apenas necessita de si mesma para existir. Em que é que pode haver obscuridade na explicação desta frase: Só ter necessidade de si próprio?" Descartes, Princípios da Filosofia, art.º 51
Confia naquilo que, em ti, nem tem causa, nem é por acaso...
Já muita tinta escorreu acerca deste tema: como podemos e até que ponto podemos ter sexo sem desafiar as leis de Deus, e, mais especificamente, sem desafiar os mandamentos expostos na Bíblia. Felizmente hoje podemos encontrar a súmula de todos esses ensinamentos, transmitidos e aperfeiçoados ao longo de gerações e gerações, gratuitamente, na net, à distância de um ‘click’. Um manual que explica claramente os limites dentro dos quais podemos meter os nossos corpos uns dentro dos outros sem os masoquismos habituais da ideia de irmos parar ao Inferno. O link é este:
Toda a gente sabe da história da miúda de 15 anos que esteve presa durante 26 dias com mais de 20 reclusos, nem todos eles cavalheiros. Para mim, o que é mais fantástico nesta história é como agora, ainda depois do desmascarar dos acontecimentos, ainda se mantém a atitude tanto de polícias como de ladrões. Os polícias, magistrados, governadores, etc, a dizerem: “não fui eu, não fui eu – sou tão bonzinho e faço tudo o que posso para ajudar, não tenho é meios”. Os ladrões (reclusos, moradores, família) “não se pode dizer não à polícia, há que temer o bastão e comer o que se tem à mão”.
É preciso dizer que quem denunciou o caso foi um “ladrão”, o único cavalheiro visível na história, mas mesmo assim sem nome (só a sua alcunha foi revelada “o Aranha”) que, assim que foi libertado, se dirigiu à escola onde a menina estudava para obter a certidão de nascimento e, com essa prova de que ela era menor, foi ao “Conselho Tutelar” que depois deu seguimento ao caso.
Agora, mesmo depois de tudo estar a descoberto, a juíza que deu a ordem de prisão continua a dizer que a miúda devia ter problemas psicológicos porque mentiu acerca da idade, que “a garota provocava sexualmente os presos” e que "tem algum problema psíquico", etc. O governador lá do sítio afirma que é “normal” porem homens e mulheres juntos na mesma cela e que a família dela é a grande culpada já que a tinha abandonado há 3 anos! Falar em desresponsabilização é pouco, talvez insensibilidade, ou até cegueira... um tema para o Clint Eastwood.
É também caso para perguntar quem é que são os polícias, quem é que são os ladrões, no estado do Pará? A última nota, ela foi presa por furto, mas nem sequer houve furto, apenas “tentativa”...
Cada momento é também a coisa menos importante do mundo...
Porquê?
Porque é em cada momento que se joga a nossa liberdade, é a única ocasião em que podemos escolher, fluir, aprender, comunicar, transmitir. O passado está morto, o futuro não existe. O presente é a ocasião, a única, para ser.
Mas ao mesmo tempo, somos como formigas passeando sobre um vidro mais forte que o diamante, é impossível deixar a nossa marca na profundidade do mundo, pelo contrário, ele é que nos sustém, para lá do movimento; e o que muda é a imagem, porque o mundo é apenas como o reflexo nas águas de algo real. Essa realidade está para lá, por mais que mexamos nas águas, só afectamos a clareza com que a vemos.
O momento é a ocasião de transcender, mas com isso nada muda a não ser nós próprios.
É engraçado, não vemos o muito pequeno nem o muito grande, e aquilo que é muito rápido ou demasiado lento, também nos escapa ao olhar.
Só interiormente, na imaginação, poderemos treinar a visão para aquilo que os nossos sentidos não mostram; e a tecnologia dá um cheirinho do que seria ver o mundo com sentidos mais apurados:
Muito interessante este site da Bianca, mas às vezes penso que ainda bem que não temos visão microscópica, senão eram joaninhas sem uma perna ou uma asa, gafanhotos aleijados, formigas perdidas da toca, milhões de ácaros a morrer por um motivo ou outro e muitos outros biliões de biliões de insectos a sofrer por um motivo ou outro. Enfim, é claro que a capacidade de sofrimento aumenta conforme aumenta a consciência do animal, pelo menos é o que pensamos, mas bolas, quantos ratos por aí, quantos porcos não têm vidas muito mais miseráveis e dignas de compaixão. Isto sem tirar o valor ao que estas pessoas fazem, e que eu admiro bastante, só me congratulo por termos uma visão pequena, pois, se fosse mais penetrante e ampla, veria bem mais rostos de sofrimento, em cima, abaixo e de todos os lados. Até que ponto aguentaríamos os barulhos dos gritos de sofrimento, as lágrimas e o suor da dor... Quando desistiríamos de vez? E poderíamos alguma vez dormir bem pensando no ácaro que morre à fome e nós com tantos bocadinhos de pele, ali, mesmo à mão e mesmo no pé? É Atroz! Atroz!
Há muito sofrimento no Universo. É a vida, que se renova.
Que dias tão secantes para se achar piada a isso! É que tem que ser mesmo secante. Estes tipos nem televisão devem ter, nem sexo à borla e de qualidade, nem boas praias, nem carros potentes, nem sequer centros comerciais. Deve ser estilo isto:
De manhã a olhar para o teto, rezar, depois a seca do almoço. Não se pode dizer o que se pensa, não se pode sentir o que vem do peito, não se pode dar largas à imaginação. O movimento do corpo tem de estar cortado: alinhadinho com os demais. Seca, seca, seca. Lá fora o tempo tá seco, não chove, não acontece nada. Só afazeres.
Mas eis que!!! Ah!!! Atenção, uma cobra sem dentes vai estar junto de um bebé indefeso!! Ah!! A alegria, a excitação!!! Ah!!!
Fala-se disso, os mais novos com os mais velhos, já podem sorrir, já podem trocar olhares. A vida por um instante faz sentido, a seca dissolve-se um pouco no múrmurio da água a bater: são sorrisos meus amigos, há corações nessas caras fechadas, até se pode abraçar se for só um bokadinho!!
Mas, depois do espectáculo, volta a ser a seca de antes:
Não há praias, nem espectáculos do futebol, nem garinas lindas pra curtir, nem sequer a tv com o João Baião ou similar... Cada um ensimesmado, com o dia como uma cruz...
Que seca!! Venham as cobras desdentaditas, que a gente aqui não tem nada pra fazer!!!
Este blog foi criado em 29 de Janeiro de 2008, todas as entradas anteriores a essa data foram escritas em outros contextos, quase sempre se trata de escritos enviados para a lista de discussão do KungFu To'a que foi, durante vários anos, a minha maior fonte de inspiração e grande ecstasy supply! Thanks!!:)
Resumindo:
Tudo o que amamos estará connosco se assim o deixarmos viver no coração
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O único pecado do mundo é não ver o Sagrado,
O único prazer é SÊ-LO
Misteriosamente, Apaixonadamente.
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A religião é o ópio daqueles drogados que além de não verem o Paraíso ainda procuram no Inferno as suas chaves.
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A Liberdade é a única maneira de percorrer qualquer caminho...
...de outro modo apenas aparentamos existir. Eu, por exemplo, apenas aparento existir! A minha aparição não sou eu.
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Duas pessoas apaixonadas precisam de se beijar para se conhecer... mas Uma pessoa precisa apenas de Ser... Quando falamos de Unidade, não nos podemos esquecer que somos parte dela... portanto, porquê beijar, penetrar, ou con.verter-se no que já se é? E se não se é, então estamos do lado defora da Unidade? O Mistério é . . . !!
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To be, or not to be: that is the question.
To be AND not to be: that is the answer...
O homem religioso
- então? Queres seguir a vontade de Deus ou a tua própria vontade?
- Se sou produto de Deus, a minha vontade só pode ser a dEle.
- ah! (Servo!) Humilde, sensato, sábio... muito bem meu filho...
- Obrigado meu irmão
- Então fazes o que eu te disser?olha que é a *v o n t a d e *de Deuuuuusssss......
- Não gosto de brincar a isso, prefiro ver as flores.
- Parvo! (vá lá, que isto sozinho não tem piada!)
- Mas é uma brincadeira gira, talvez noutro dia (fazemos à vez de profeta, e eu já pensei numa coisa gira para fazeres ^_^ - se gostas de Deus não podes fazer o que mais gostas, ou tens de fazer ou vestir coisas ridículas, eheheh ^_^)! Olha lá akela flor, já lhe viste a cor? : )
- é gira, mas depois brincamos a isto!!!
- tá bem! :)
À volta disto gera-se um negócio
Era uma vez um coelho, saltitava, pulava, todo contentito, com as suas coelhitas e cenouras...
Pumbas, veio um homem e... Fez um negócio à volta disso...
Depois apareceram uns pássaros, radiantes, bico alegre, asa estendida ao sol, Veio um pintor e pumbas... Fez um negócio disso...
Veio o vento e o mar, vieram as lagoas, as tempestades e as estrelas, Veio a humanidade e pumbas... Fizeram um negócio à volta disso...
Veio o homem, livre como o vento, incognoscível como a água, aberto como o fogo, leve como um Oceano de Luz...
Pumbas... Fizeram um negócio à volta disto...
Com a culpa castraram-no
Confundindo-o com falsos ideais,
Falsas promessas de Glória,
Um mundo pintado de Arco-Íris, lá à frente,
pra conquistar...
O homem livre transformou-se em homem preso,
Um homem numa gaiola de desejos artificiais,
Fechado,
Pumbas, feito num negócio...
(The center is always somewhere else... except when we are free) p.
"Nada existe, se existisse não poderia ser conhecido, se pudesse ser conhecido não poderia ser comunicado." (Górgias)
"The moment you know who you are, you are limited, you are finite" (Osho)