domingo, 26 de dezembro de 2010

Google - explorador do corpo

Depois de termos o Google Earth, space and Ocean, vem agora o explorador que nos deixa ver o corpo. A não perder!!


http://bodybrowser.googlelabs.com/

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Dos 0 aos 10 anos em 85 segundos

Um britânico fotografou a filha, quase todos os dias, durante os seus primeiros dez anos de vida. Depois, compilou as mais de 3 mil imagens num vídeo, que já foi visto mais de 4 milhões de vezes no YouTube (texto da revista Visão).



É interessante notar como vamos mudando com a idade. Mesmo só até aos 10 anos já há diferenças, primeiro o aprender a interagir com o mundo, com o seu lado físico, emocional, relacional, intelectual. Depois a liberdade de ter tudo isto e de poder fazer quase tudo com isso. A brincadeira sem limites nem fins que não a da própria brincadeira. E depois, à volta do minuto, a necessidade de mais, de afecto, do outro, de companhia. E a criação de uma nova personalidade, tão bela é verdade, para o alcançar.

Torna óbvia a velha questão: se nós sobrevivermos à morte do corpo, que personalidade é que sobrevive: a liberdade da meninice, a complexidade da adolescência, a maturidade do adulto? A coragem, a cobardia, a sabedoria, a estultícia, o amor, o ódio, a compreensão, a injustiça?

Que momento ou fase ou aspecto de nós sobrevive? Se é que algo sobrevive?

sexta-feira, 26 de março de 2010

A desagregação social


Desempenhar o papel de professor coloca-me face-a-face com uma das características mais marcantes das sociedades sociais de hoje em dia: o isolamento humano em que a maioria dos "adultos"vive. Os pais, imersos no mundo do trabalho e do consumo não têm tempo para os filhos, estes últimos crescem alimentados pelo mundo da televisão, da internet e dos jogos. Os professores, muitas vezes, ainda tentam fazer a ponte entre os dois mundos, e talvez o conseguissem se tivessem apenas vinte alunos aos quais se dedicar, mas, com mais de 100, é obviamente impossível ser mais do que uma figura de autoridade ou (no melhor dos casos) de respeito.

Porquê todo este afastamento, onde estão os pais, onde estão as conversas profundas ao serão entre a família, onde estão as saídas, o convívio entre jovens e adultos que permitia passar o mundo dos valores (pois esse não se aprende nos livros) de geração em geração?

Nada disto existe porque o tempo não o permite. Estamos demasiado ocupados a ver telenovelas, a trabalhar, a comprar, a ver anúncios, futebol e a acompanhar as "notícias" sobre as quais, em geral, nada podemos fazer, mas "cozinhadas" de maneira a manter-nos agarrados ao ecrã. Mas sobre aquilo que podemos agir, os nossos filhos, a nossa família, sabemos tão pouco.

A culpa não é dos pais, pois toda a sociedade nos puxa para fora das famílias. Porque é que não se ensina a importância do diálogo familiar na tv? A importância de convidar os amigos a ir lá a casa? Porque é que não há spots publicitários a mostrar a imagem que se vê da tv para dentro da sala: 3 ou 4 pessoas embasbacadas, sozinhas, alheias a tudo à sua volta, a olhar para uma imagem de algo que não está lá? Porque não mostra a tv, já que é educativa, o mal que a tv faz?

A pergunta é retórica, pois a resposta é óbvia: dinheiro, dinheiro, dinheiro. Traduzindo: egoísmo, sede de poder, cegueira.

Precisamos de continuar a comprar e a vender, a produzir cada vez mais coisas, mesmo que não nos façam felizes, precisamos de não parar para pensar, porque senão... talvez víssemos o absurdo de toda esta corrida em direcção ao abismo, porque, se parássemos de correr para produzir, vender e comprar futilidades, provocaríamos talvez, não a crise financeira, mas um buraco económico que poria em causa as fundações sociais e económicas das sociedades ocidentais.

E como isso não vai acontecer, os "miúdos" crescem cada vez mais sozinhos, mais perdidos, mais longe dos valores que nos serviram de farol nos últimos séculos.

Isto não é um problema só dos portugueses. Afecta praticamente todas as nações industrializadas.

Que fim pode haver para o mundo humano do século XXI que não a guerra generalizada entre povos? Onde não há valores surge uma ambição desmesurada e uma sede de destruição que nem a democracia pode salvar.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

o que a Beleza exige...


É engraçado como há uma assimetria tão grande entre o belo e o feio relativamente ao que exigem de nós.

a beleza exige arte, sabedoria, tanto para ser criada, como compreendida e correspondida.

Tratar bem da beleza exige uma compreensão da sua origem e potencial, para que possamos contribuir para o seu crescimento, ou no mínimo, não o atrapalhar.

Quando se trata de pessoas belas a tarefa é praticamente infindável e impossível de realizar completamente. Poderemos confiar na realidade para que o nosso simples desejo de que essa beleza permaneça e se engrandeça, a leve, de alguma forma misteriosa, a bom porto?

(In)felizmente penso que não. Exige-se mais de nós do que a simples boa intenção, o simples rezar ou esperar. Exige-se que compreendamos, que interiorizemos essa beleza ao ponto de estar tão perto de nós que somos unos com ela.

(é claro que também exige ausência de inveja, êxtase com o bem estar do outro, querermos que alguém seja feliz mesmo longe de nós, que essa beleza "que não é só minha, que também passa sozinha" floresça longe de nós.)

E só aí poderemos ter esperança de contribuir, ou pelo menos não atrapalhar, a sua evolução.

...



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Egoísmo/Altruísmo e Contemplação do Cosmos

Imaginei por momentos que a Vida era uma grande Oferta.

Tantos caminhos abertos, dos quais só vemos uma pequena parte. Não os mais belos, mas apenas os mais comuns. Que todos os outros seguem, que somos convidados a seguir: o sexo, as compras, o "sucesso" social...

E à nossa volta o Mundo transforma-se, cresce, renasce, em cada flor, em cada novo planeta, em cada instante em que o nosso Sol queima milhões de toneladas de matéria para inundar a escuridão cósmica de Luz...

e nós vamos dançando,

dançando na Luz, dançando à volta da estrela que nos fez crescer
sem saber nada destes mistérios
Como se a vida fosse apenas um par de Lois ou de Levis,
como se tudo andasse à nossa volta: do sorriso, da aprovação, que tivemos ou deixámos de ter,

e lá fora,
o mundo continua a sua marcha
a sua dança
o seu crescimento...
como o faz há milhares de milhões de anos.

Podemos escolher
viver
de olhos fechados
ou abertos
para ele...

Talvez seja realmente verdade
que o melhor da vida é gratuito...