quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Devaneio do Verão

Nós queremos, desejamos, ansiamos sempre por uma saída, deste Universo Mágico, infinito e infinitamente Belo, pois, mesmo sendo a História mais Bela e Interminável que conseguimos imaginar, nós parecemos tão frágeis, tão mortais, tão passageiros, tão inconsequentes, tão irrelevantes, tão fruto do mais puro acaso, que nada estremece, quer com a nossa ida ou vinda à existência. Nenhuma folha abana, nenhuma flor murcha ou nasce com a nossa morte ou nascimento. O universo, tão Belo e Grandioso é-nos insensível. Ou assim parece.

Então, como o gato do Heinlein, procuramos eternamente uma porta para o Verão, ou seja, uma porta para a importância, para a imortalidade, para ser o que não somos mas gostaríamos, nos nossos sonhos, na nossa demência, de ser.

Eu também quero essa porta para o Verão, oh!, Amem-me, Adorem-me, digam-me que sou Especial e Único, que Viverei Eternamente na Graça do Senhor Poderoso de todo o Universo, Acima até de Todo e Qualquer Universo...

Deixem-me rir e cantar nessa música demente, e, enquanto o faço, esquecer este pobre corpo, destinado às urtigas, e esta mente, tão frágil e incapaz, deixem esquecer-me de mim, como Bastian dentro da História Interminável...

e então, então, então... julgarei, por momentos, ser Feliz...

estarei, é pena, é claro, apenas a ser Louco,

mas a minha Dança terá uma Beleza que só algo Existente poderá imitar!