domingo, 20 de abril de 2008

O despojamento

Quem se despoja não despoja os outros das suas posses: riquezas, segredos, cruzes, amores...

Pelo contrário, respeita-os, celebra-os:
Nada tendo de seu, abre um vazio, onde tudo flui:
os anseios de todo o mundo dançam dentro de si,
incluindo os do seu próprio veículo, caminho, viajante...
Fragmentos, facetas visíveis do invisível.

Sem posses terá como identidade o indefinível olhar,
talvez a ponta do icebergue de outra coisa qualquer,
e tudo o resto será emprestado - viagem.

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