segunda-feira, 2 de junho de 2008

Os três passos da religião e o quarto passo da prenda

As religiões ajudam o homem a encontrar o sentido do mundo. Não o quê mas o porquê, não o facto mas o valor, a importância, o significado. Tudo isto é invisível e o caminho para lá chegar divide-se em três partes:

1) Ouvir - quando se está perdido procura-se um guia, um farol, daí o ênfase na obediência, na sensibilidade passiva;
2) Amar - quando se ouve, se está atento, a ordem/sugestão é: Ama;
3) Dissolver no êxtase - quando se ama encontra-se a Beleza do mundo, do outro, que está também em nós, perdem-se as fronteiras, e somos todos irmãos, com os homens, as pedras, os astros, os pinguins e ratazanas e gotas de água e grãos de areia. Tudo o que amarmos se vai revelar como belo e divino e parte do todo de que também somos parte.

4) Que eu saiba não existe quatro. Daí que, quando atingimos este estado, estamos livres para nos dedicar ao "exterior" ao "visível". Ou seja, à arte, à ciência, à técnica, à filosofia, ao convívio com tudo, à comunicação, a tudo o que acharmos que vale a dedicação da nossa atenção.

O último passo da religião conduz à integridade, o último passo da ciência conduz à verdade. A religião, ao conduzir à integridade, tira-nos as dúvidas sobre o nosso valor, completude, transcendência, incorruptibilidade; a ciência, ao conduzir a verdade, vai construindo peça a peça o puzzle que nos conduz à mais bela prenda do Além... a visão de Deus.

Enquanto que a religião fica no mundo do invisível, a ciência tenta passar para o visível a beleza eterna. É difícil ser-se bom cientista sem se ser profundamente religioso (isto não implica ser faccioso ou seja, aderir a uma forma específica de ver Deus).

3 comentários:

Unknown disse...

A visão de Deus é a da criança...

Luar Azul disse...

porquê?

Unknown disse...

Porque une tudo.