domingo, 8 de janeiro de 2012

O paradoxo de Fermi

O paradoxo de Fermi: Se há tanta vida no universo porque é que não vemos mais sinais dela, porque é que não tentam comunicar connosco?
A pergunta parece fazer sentido mas, se olharmos mais atentamente, pelo menos a primeiro parte parece ter uma resposta trivial: o universo é gigantesco, a própria luz demora centenas ou milhares de anos a chegar de uma parte da galáxia a outra. Portanto, mesmo que eles andem por aí, estariam tão incrivelmente longe que só os veríamos se eles emitissem tanta luz ou radiação como uma pequena estrela. Ora para que é que alguém inteligente, numa galáxia desconhecida, vai estar a anunciar a sua presença? Pelo contrário, até nós deveríamos ter mais cuidado nas emissões que fazemos enquanto não soubermos o que anda por aí.
Mas ainda há a outra parte da questão: «porque é que não tentam comunicar connosco?» É natural que, se houver civilizações extraterrestres por aí elas não queiram "falar" com os golfinhos, orangotangos, cavalos ou até aos homens das tribos que não percebem nada do espaço. O que lhes teriam para dizer que eles pudessem compreender? Que não fosse destruir a sua cultura, tudo aquilo em que acreditavam? Mas nós, seres humanos modernos, somos tão brilhantes, tão interessantes, tão inteligentes... quer dizer, é óbvio!, que eles tentariam entrar em contacto connosco.
Senão vejamos: um gorila ou chimpanzé não é "inteligente": não tem roupas para se proteger do frio, não sabe o que é um medicamento, faz apenas aquilo que os seus instintos motivam. Agora nós: nós somos tão inteligentes que percebemos que um ser humano que escolha andar nu pela rua não merece ser tratado com a mesma atenção, carinho e respeito como se andasse vestido! Na verdade, a nossa inteligência permite-nos determinar o nível de respeito que alguém merece pelo tipo de tecidos que traz a tapar o corpo. A nossa inteligência permitiu-nos também desenvolver medicamentos, alcançar vidas longas: agora podemos trabalhar quase ininterruptamente durante muitas décadas antes de morrer. Enquanto os macacos estão restringidos a uma vida de comer, lazer e sexo, nós, somos tão inteligentes que percebemos que é o trabalho que vale a pena. Fazemos casas como colmeias onde, todos os dias, nos entusiasmamos com os mesmos programas, levantamo-nos à mesma hora, deitamo-nos à mesma hora, pensamos todos mais ou menos nas mesmas coisas, temos todos mais ou menos os mesmos objetivos. Vivemos um pouco ensonados e cansados é verdade, mas conseguimos fazer coisas ótimas, mudámos o mundo! Construímos navios e mísseis, estradas e carros, telemóveis e gps, que nos levam e mantém no trabalho todos os dias ao mesmo tempo que arrasam com o planeta. Ainda temos camas super-confortáveis para podermos dormir o melhor possível durante o pouco tempo que nos resta para descansar. Afinal, basta olhar para nós para ver como evoluímos, como somos inteligentes! Uma espécie que vale a pena conhecer! Agora já não lutamos com gritos e garras por territórios, lutamos com tanques e armas químicas por fronteiras, já não lutamos por fêmeas, agora determinamos quanto e de quem se pode gostar e por quanto tempo, a moda e o dinheiro ajudam à escolha. Tornámo-nos civilizados! Tanto que se torna de facto espantoso, absolutamente incompreensível que, havendo vida inteligente no universo, não estejam com imensa curiosidade para comunicar connosco.
É um grande mistério!

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