quarta-feira, 27 de maio de 2015

Eu tenho...

por amantes
todas as pedras do mundo,

todas as gotas de água, incluindo as das ondas de espuma do mar e das nuvens de Saturno,

todas as lagartichas e caracoletas e flores e ursos, mesmo os polares, todos os grãos de areia e folhas das árvores e também as raízes,

o núcleo de ferro líquido da terra e o interior do sol....

e tudo o resto...

tenho tudo por amante...

porque tudo me ama...

e eu amo tudo e sou um com tudo!!

sim!!

no! not really!

eu sou apenas um humano relativamente só

^_^

pelo menos é o que se vê!!!

sim! Tenho por amantes todas as pedras do mundo...

E assim já era muito antes de eu nascer
e assim seria mesmo que nunca tivesse existido
e assim será muito depois de eu morrer e toda a memória de mim se ter perdido.

Como!? Porque 'eu' não existo nem nunca existi. Aquilo a que se chama 'eu' é apenas uma circunstância, o contexto, uma confusão, uma ilusão. O que existe realmente é o todo, que também se manifesta em montanhas e rios, ossos e pele, sensações, pensamentos e vontades, e o todo, que também escreve neste teclado e também é o teclado que é escrito pelo todo, tem amantes em toda a parte... tem reflexos em toda a parte... está por toda a parte... às vezes iludido de ser indivíduo, tentando sobreviver, às vezes esclarecido de ser tudo e nada, maravilhado, outras vezes sendo a continuação de tudo o resto, inconscientemente.

Por isso, quando digo que tenho por amantes todas as pedras do mundo...

significa apenas que: o mundo é o mundo (pois não há amante mais íntimo que o próprio).

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