sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Coração (poema sem interesse a não ser quando lido por quem esteja, eventualmente, a morrer)

Coração, órgão mole, frágil ritmando, bombeando, ai, a vontade de viver...

transportas a vida a todo o meu corpo:

cantas, com ritmo próprio, quase independente, um Hino constante à Vida e ao Desejo de a Viver...

cada tua pulsação é um Beijo de Amor,

um Apelo à Vida, e à sua continuação.

no teu peito engancham-se emoções e ideias, transformadas em projectos, onde tentações e objectos disputam cada uma das tuas preciosas batidas.

Ligação ao Mundo!

Não desistas de mim ó coração...

Pujante, implodes por mim o sangue

que me alimenta...

És o ser mais íntimo que penetra

cada pedaço do corpo e o invade de vida...

Sentimento meu...

o Apego que dá à vida a vida para continuar...

Não desistas de mim ó coração...

que este corpo é o Trânsito

de tudo o que sou

para tudo o que conheço

e quero conhecer

Nesta vida...

Não desistas de mim ó coração...

que Amigos, Família, Computadores,

Frases e Ideias,

tão conhecidas, quase íntimas,

Toda uma forma de beijar a vida,

e de me encantar,

só por ti, lhe tenho acesso,

e tudo perco, em simultâneo e num repente!, se te vais...

Imprimi em ti,

Ó Coração,

os meus medos, desejos,

ansiedades, até Amigos e Amores...

e por isso bates, impulsionas em mim,

o sangue da Vida,

Transportando o Venoso ao Arterial

de novo em novo, procurando a transformação...

Quando terás fim Coração?!

Quando, satisfeito, pararás, em êxtase ou aflição, na partida para um novo(?) Mundo?

Não me abandones ó coração,

Quando voar noutros espaços

serás sempre meu

Como um desconhecido distante

Como um amigo sempre presente

Como uma memória imprimida

na Consciência lúcida

não abandonado

mas resolvido...

Ó Coração

não te abandono

mesmo depois

de Parado

/

Harmonizado

Continuarás a ser para mim

Íntimo...

e Agradeço-te Tudo!

(agora em vida, que depois, não sei se terei oportunidade ^_^)

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