sábado, 22 de dezembro de 2007

A menina

A menina

estava vestida

para parecer

Amor

Para obter

Amor

Para dar

Amor

Mas nem tudo nela era

Amor

Havia também um jacto

de

Alegria

Suprema Liberdade

(Imprevisível, Incomunicável, Incompreensível)

mas desse

não podemos falar...

Ficará para sempre escondido

para lá das paredes do Ser

Mergulhado nas contradições

Paradoxais da Vida...

e Mistérios...



segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sexo em Deus - ou, como diminuir o risco de ir parar ao Inferno

Já muita tinta escorreu acerca deste tema: como podemos e até que ponto podemos ter sexo sem desafiar as leis de Deus, e, mais especificamente, sem desafiar os mandamentos expostos na Bíblia. Felizmente hoje podemos encontrar a súmula de todos esses ensinamentos, transmitidos e aperfeiçoados ao longo de gerações e gerações, gratuitamente, na net, à distância de um ‘click’. Um manual que explica claramente os limites dentro dos quais podemos meter os nossos corpos uns dentro dos outros sem os masoquismos habituais da ideia de irmos parar ao Inferno. O link é este:

http://www.sexinchrist.com/

Polícias e ladrões no FarOeste do Pará

Toda a gente sabe da história da miúda de 15 anos que esteve presa durante 26 dias com mais de 20 reclusos, nem todos eles cavalheiros. Para mim, o que é mais fantástico nesta história é como agora, ainda depois do desmascarar dos acontecimentos, ainda se mantém a atitude tanto de polícias como de ladrões. Os polícias, magistrados, governadores, etc, a dizerem: “não fui eu, não fui eu – sou tão bonzinho e faço tudo o que posso para ajudar, não tenho é meios”. Os ladrões (reclusos, moradores, família) “não se pode dizer não à polícia, há que temer o bastão e comer o que se tem à mão”.

É preciso dizer que quem denunciou o caso foi um “ladrão”, o único cavalheiro visível na história, mas mesmo assim sem nome (só a sua alcunha foi revelada “o Aranha”) que, assim que foi libertado, se dirigiu à escola onde a menina estudava para obter a certidão de nascimento e, com essa prova de que ela era menor, foi ao “Conselho Tutelar” que depois deu seguimento ao caso.

Agora, mesmo depois de tudo estar a descoberto, a juíza que deu a ordem de prisão continua a dizer que a miúda devia ter problemas psicológicos porque mentiu acerca da idade, que “a garota provocava sexualmente os presos” e que "tem algum problema psíquico", etc. O governador lá do sítio afirma que é “normal” porem homens e mulheres juntos na mesma cela e que a família dela é a grande culpada já que a tinha abandonado há 3 anos! Falar em desresponsabilização é pouco, talvez insensibilidade, ou até cegueira... um tema para o Clint Eastwood.

É também caso para perguntar quem é que são os polícias, quem é que são os ladrões, no estado do Pará? A última nota, ela foi presa por furto, mas nem sequer houve furto, apenas “tentativa”...

Um levantar do véu:

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/12/10/327530968.asp

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2007/12/12/327558698.asp

http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=130734

sábado, 15 de dezembro de 2007

Importância

Cada momento é a coisa mais importante do mundo

mas ...

Cada momento é também a coisa menos importante do mundo...

Porquê?

Porque é em cada momento que se joga a nossa liberdade, é a única ocasião em que podemos escolher, fluir, aprender, comunicar, transmitir. O passado está morto, o futuro não existe. O presente é a ocasião, a única, para ser.

Mas ao mesmo tempo, somos como formigas passeando sobre um vidro mais forte que o diamante, é impossível deixar a nossa marca na profundidade do mundo, pelo contrário, ele é que nos sustém, para lá do movimento; e o que muda é a imagem, porque o mundo é apenas como o reflexo nas águas de algo real. Essa realidade está para lá, por mais que mexamos nas águas, só afectamos a clareza com que a vemos.

O momento é a ocasião de transcender, mas com isso nada muda a não ser nós próprios.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

25 fotos de momentos invisíveis


É engraçado, não vemos o muito pequeno nem o muito grande, e aquilo que é muito rápido ou demasiado lento, também nos escapa ao olhar.


Só interiormente, na imaginação, poderemos treinar a visão para aquilo que os nossos sentidos não mostram; e a tecnologia dá um cheirinho do que seria ver o mundo com sentidos mais apurados:

http://sawse.com/2007/11/02/25-photographs-taken-at-the-exact-right-time/


segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Compaixão pelos animais doentes, corujas e outros bichos...

Muito interessante este site da Bianca, mas às vezes penso que ainda bem que não temos visão microscópica, senão eram joaninhas sem uma perna ou uma asa, gafanhotos aleijados, formigas perdidas da toca, milhões de ácaros a morrer por um motivo ou outro e muitos outros biliões de biliões de insectos a sofrer por um motivo ou outro. Enfim, é claro que a capacidade de sofrimento aumenta conforme aumenta a consciência do animal, pelo menos é o que pensamos, mas bolas, quantos ratos por aí, quantos porcos não têm vidas muito mais miseráveis e dignas de compaixão. Isto sem tirar o valor ao que estas pessoas fazem, e que eu admiro bastante, só me congratulo por termos uma visão pequena, pois, se fosse mais penetrante e ampla, veria bem mais rostos de sofrimento, em cima, abaixo e de todos os lados. Até que ponto aguentaríamos os barulhos dos gritos de sofrimento, as lágrimas e o suor da dor... Quando desistiríamos de vez? E poderíamos alguma vez dormir bem pensando no ácaro que morre à fome e nós com tantos bocadinhos de pele, ali, mesmo à mão e mesmo no pé? É Atroz! Atroz!


Há muito sofrimento no Universo. É a vida, que se renova.

domingo, 2 de dezembro de 2007

O que tem piada



Que dias tão secantes para se achar piada a isso! É que tem que ser mesmo secante. Estes tipos nem televisão devem ter, nem sexo à borla e de qualidade, nem boas praias, nem carros potentes, nem sequer centros comerciais. Deve ser estilo isto:

De manhã a olhar para o teto, rezar, depois a seca do almoço. Não se pode dizer o que se pensa, não se pode sentir o que vem do peito, não se pode dar largas à imaginação. O movimento do corpo tem de estar cortado: alinhadinho com os demais. Seca, seca, seca. Lá fora o tempo tá seco, não chove, não acontece nada. Só afazeres.

Mas eis que!!! Ah!!! Atenção, uma cobra sem dentes vai estar junto de um bebé indefeso!! Ah!! A alegria, a excitação!!! Ah!!!

Fala-se disso, os mais novos com os mais velhos, já podem sorrir, já podem trocar olhares. A vida por um instante faz sentido, a seca dissolve-se um pouco no múrmurio da água a bater: são sorrisos meus amigos, há corações nessas caras fechadas, até se pode abraçar se for só um bokadinho!!

Mas, depois do espectáculo, volta a ser a seca de antes:

Não há praias, nem espectáculos do futebol, nem garinas lindas pra curtir, nem sequer a tv com o João Baião ou similar... Cada um ensimesmado, com o dia como uma cruz...

Que seca!! Venham as cobras desdentaditas, que a gente aqui não tem nada pra fazer!!!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

estar apaixonado por uma pessoa - amor fragmentado

Estar apaixonado por uma pessoa é como estar apaixonado por uma cor, o que acontece quando por exemplo se está a pintar um quadro há muitos anos e de repente vemos o branco (que como que tínhamos esquecido que existia), e percebemos que é aquela cor que falta ao quadro. A paixão é o momento em que olhamos para a cor mas ainda não sabemos como a utilizar. Amamos a cor perdidamente, mas não a sabemos usar, não a sabemos integrar no nosso quadro, na nossa visão. Em vez disso a cor fica ali, nas nossas mãos, algures dentro do tubo, e nós só sabemos desejá-la, o nosso coração “pounds” bate fortemente cada vez que pensamos nela e ansiamos pela hora em que finalmente a poderemos ter connosco no nosso quadro, na nossa vida.

Nós queremos usá-la, mas não sabemos como, a tinta não sai do tubo, ou, quando sai, não se aplica bem ao quadro, ao desenho que queríamos fazer. E depois lembramo-nos de pedir ajuda à pessoa que nos mostrou a emoção, aquela emoção tão delirante, tão boa, que queima, que arde sem se ver, mas ela usa a cor de maneira completamente diferente. Apesar de estarmos apaixonados por uma "pessoa", a verdade é que a pessoa não só não pode ajudar, como até atrapalha às nossas tentativas de "usar bem a coisa".

Quando a inspiração vier, quando essa energia se integrar, quando finalmente misturarmos o branco no barco, no navio, no mar azul e no céu, quando fizermos do branco as nuvens e o mar, e pintarmos dela a luz e a luz, então aí, o branco será apenas mais uma cor da qual também estaremos apaixonados. Quando finalmente estiver na nossa vida, essa paixão será apenas mais uma de infinitas paixões, que somos nós.

Mas até aí, até à integração, a paixão é quase só dor, quase só doença, quase só incapacidade de ter, e um gozo enorme, fantástico, quase infinito, de já a ser no mundo do coração, infinitamente afastado, do que se é no mundo da acção (física, mental e emocional). Ânsia e Ser, movimentos desfasados da emoção. Emoção que não cabe no mundo. Estes os dois pólos do gozo e da dor. A paixão do ser, a impossibilidade de ser o que se é...

PS - É engraçado, sempre tive em alta estima a paixão (viver apaixonado, etc), mas agora que a sinto dessa maneira intensa (não tanto por uma pessoa mas por um estado de espírito) e me lembro claramente das outras vezes em que estive “perdidamente apaixonado”, começa-me a parecer que essa paixão tem muito a ver com não saber lidar com uma energia (sobre a qual queremos ter mestria). Ou melhor, quando sabemos lidar a paixão é só prazer, é só “amor” (como diz talvez a tua amiga). Mas quando não sabemos lidar dói mesmo muito cá dentro, e depois tentamos, porque queremos muito essa energia, soluçamos perdidos de espírito, como se o mais precioso estivesse ausente, e quere-mo-lo rápido!, e então soluçamos ansiosamente na procura desse embate constante, e vai fazendo uma ferida que pode tornar-se uma obsessão (o que no meu caso é o mais fácil! ^_^ eheh).

Enfim!! Vidas... : )

Às vezes é difícil lembrarmo-nos que vivemos na Eternidade e tudo já nos está reservado desde sempre, para quem quiser e souber nele mergulhar... é a Ânsia do Presente que parece ausente! E está mesmo ali à mão de semear...



PS2 - A minha experiência neste aspecto é mais ou menos esta: que quanto mais alto se está menores são os limites, ou seja:

Enquanto animais “racionais” temos a capacidade de estar onde queremos estar, a nível mental. Numa mesma sala encontras pessoas alegres e tristes, porque o seu mundo interior é diferente. Pensam, querem, lembram, etc, coisas diferentes. O seu mundo interior não está confinado ao exterior. Há uma liberdade que só a doença ou a dor nos podem tirar, isto a nível mental.

É claro, um dia mais tarde podemos acordar senis, algum mago mágico nos pode transformar em ratazana ^_^ etc, e esse poder mental pode ser muito restringido. Mas mesmo assim ninguém te pode impedir de amar. Nem o ódio dos outros, nem os sentimentos de vingança dos outros, nem a senilidade, nos podem tirar a nossa ligação com a paz do amor, etc. Basta querermos e está lá. Mais uma vez, do ponto de vista neurológico, a pessoa pode ficar incapaz de amar, pode ficar por exemplo com raiva constante ou sentimentos inconstantes, apática, etc. Os estudos do Manuel Damásio abordam um pouco estas questões

Por isso, “tudo nos está reservado desde sempre” significa, entre outras coisas, que, pelo menos a nível mental e emocional, tudo o que precisarmos, tudo o que quisermos imaginar ou sentir, estará rapidamente connosco pois não depende tanto do exterior, desde que haja o mínimo de condições internas do corpo. (daí a importância da alimentação e do treino físico etc, – se mantivermos o veículo / corpo em boas condições conseguimos viajar para todo o lado interiormente.)

Isto tanto se aplica ao céu como ao inferno, pois o “tudo” é tudo o que a pessoa quiser e estiver preparada para receber (imaginar, sentir, ser). Qualquer pessoa, felizmente, pode viver isolada num inferno, mesmo que à sua volta só haja flores e espaços encantados de seres mágicos e exuberantes de felicidade. Hurra à Liberdade!!, pois sem ela seríamos pouco mais que nada.

Agora, há quem diga que existe ainda um outro nível, em que mesmo quando a pessoa está senil, com os sentimentos bloqueados a nível biológico (tipo estado vegetal), mesmo assim, apesar de o não conseguir expressar, mesmo assim, o seu Ser invisível, a sua alma, pode continuar a vogar livre e no próprio mundo que escolher. É claro que aqui já estamos no domínio da especulação.

Eu estava a falar mais deste último aspecto, mas, no domínio da paixão, bastam os primeiros dois. Repara que os homens conseguem estudar estrelas e planetas exactamente devido a esta capacidade prodigiosa de imaginação e todos nós de certeza temos a experiência de, depois de pensar árduamente e profundamente num amigo, familiar ou outra pessoa próxima, ficarmos a conhecê-lo muito melhor do que se passássemos horas a fio com ela/e. Ou seja, pormo-nos no lugar da pessoa, imaginarmos, é muitas vezes (nem sempre) mais profíquo, mais próximo, do que “the real thing”. Isto significa que a melhor maneira de “comer alguém” quando estamos apaixonados é simplesmente “ser” a pessoa, na nossa imaginação, coração, etc. Assim absorvêmo-la muito melhor do que, por exemplo, no sexo, e podemos aprender ainda mais com ela. É claro que isso não nos vai dar filhos, uma vida em conjunto, interdependência, etc. Se pudermos ter o bolo, melhor, mas se o bolo estiver na montra inacessível, então o simples facto de imaginar, sentir profundamente o seu sabor, pode-te alimentar mais ou pelo menos tanto, como o próprio bolo. Ao nível, claro, do que não se vê (quem precisa de calorias ou de gestos tá lixado por esta via). Enfim...


segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Inodor ... (inspirado por Regina Spektor)


- Sinto-me só, toca-me!

- O que queres tocar?

- Deixa-me tocar o teu vestido...

- Podes tocar o meu vestido! :)

- Ahhh! Sinto-me tão bem, tão acompanhado... Mas... é pouco... Deixa-me também tocar a tua face.

- Sim, toca a minha face!

- Ahhhh! Que Beleza, que Suavidade, os teus pais souberam-te fazer, que delícia, que perfume. Deixa-me tocar também o teu pescoço...

- Podes...

- Ahhh!! Que formas, que delícia, deixa-me, o ombro...

- O ombro agora...

- Ahhh!

- ...

- O seio...

- O seio... :)

- Ahhh!!!!

- (sorriso...)

- Posso? (tudo)

- Sim (sorriso)

- Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ...

- Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... Ahhhh!!! ... AAAAAHHHH!!! ...

(ambos) ... AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH!!! ......

- Foi bom tocar-te, gostei tanto!

- Achas que me tocaste?

- Claro! Não sentiste? Até te "vieste" como se costuma dizer! Perto mais perto não há!! ^_^

- Ah! Sim! Claro! Eu vim-me. Mas será que vim até ti? Ou será que apenas me vim?

- (espantado, passado um bocado responde...) Eu toquei-te, disso não tenho dúvida, e senti-te, até ao fundo, senti-me a mim também (nunca ouviste o "espalhem a notícia"??), não me sentiste?

- Senti a tua energia, senti o teu desejo, senti o teu desespero, senti a tua ângustia, senti o teu prazer, senti a tua felicidade, senti a tua pujança, senti a tua força, vibrante... Senti muitas coisas, mas todas essas coisas eram coisas que sentias, capas que vestias, toquei todas essas coisas, não te toquei a ti, que tens ou podes ter muitas mais máscaras, sentimentos e vontades...

- Não digas isso, fazes-me sentir...

- Sim...?

- Fazes-me sentir... Só...

- Percebo porquê!

- Claro, tás-me a fazer sentir-me mal, como se isto que se passou, e que foi maravilhoso, afinal não passasse de um encontro superficial. Achas que sou mau amante é? Tiveste outros que te fizessem sentir melhor? É isso??

- Nada disso! Poderia ser virgem e tu o meu único homem. Não é isso. Não é por isso que te sentes só. Sentes-te só porque olhas para o meu vestido, para as minhas vestes, para os meus cheiros e desejos, para os meus movimentos e prazeres, olhas para tudo isso. Mas isso está de passagem, isso não sou eu. E como olhas apenas para os reflexos, para os espelhos, as imagens, as fotografias momentâneas que eu escolho ou por acaso represento neste ou naquele momento, ficas condenado a estar sozinho. Nunca me sentes. Sentes apenas os reflexos. Vais longe, vais fundo, mas nunca me tocas realmente... Nunca, nunca me conheces, nem próximo.

- E como posso fazer isso. Num orgasmo maior?

- Primeiro tens de ver como eu sou. ... OLHA!! (fica parada a olhar para ele)

- Tá tudo igual! (tás a gozar comigo?)

- Vou dançar para veres! (dança)

- Hummm... (vê-a dançar)... ainda acho que há bocado era melhor!! ^_^

- Agora repara (põe-se a fazer posições estranhas, como um urso, a uivar como um coiote, tudo...)

- (ri-se) eheh, que raio, o que é que me estás a tentar mostrar??

- Repara bem! Eu posso ser tudo. O teu pior inimigo, a tua mais quente amante, o teu amigo fiel, o vendedor traidor.

- ...

- São capas que visto para te impressionar, para me impressionar, para brincar, para ver se posso, se passa, se consigo montar o engodo!

- Então quem és afinal?

- Sou inodor, incolor, sem sabor...

- hummm...

- Sou Liberdade pura, sou como tu, sou TU!!!

- ahhh! (és maluka!! é isso ^_^)

- Por isso não estás só, nem eu estou só. Porque não temos peculiaridades que nos definam. Somos indefinidos absolutos. Potencialidade inexprimível, invisível do exterior, incomensurável, que nenhuma consciência pode tocar mas apenas espelhar em bokadinhos infinitesimais...

- ãh ãh (assente enquanto pensa: chaladinha de todo esta ^_^)

- Então?

- ... ?

- Queres fazer amor outra vez?

- SIM!!!! SIM!! SIM!!!! ^_^

- Mas desta vez fico eu por cima, vou-te mostrar umas coisas!! ^_^

- Já começaste!! (E eu vou mostrar-te quem sou!!) ^_^

O homem religioso

- então? Queres seguir a vontade de Deus ou a tua própria vontade?

- Qual a diferença?

- ...?! aaahhh!! (julga-se o Altíssimo!) Insensato, arrogante, herege! (apontando ->) Satanás!!!

- Se sou produto de Deus, a minha vontade só pode ser a dEle.

- ah! (Servo!) Humilde, sensato, sábio... muito bem meu filho...

- Obrigado meu irmão

- Então fazes o que eu te disser? olha que é a * v o n t a d e * de Deuuuuusssss......

- Não gosto de brincar a isso, prefiro ver as flores.

- Parvo! (vá lá, que isto sozinho não tem piada!)

- Mas é uma brincadeira gira, talvez noutro dia (fazemos à vez de profeta, e eu já pensei numa coisa gira para fazeres ^_^ - se gostas de Deus não podes fazer o que mais gostas, ou tens de fazer ou vestir coisas ridículas, eheheh ^_^)! Olha lá akela flor, já lhe viste a cor? : )

- é gira, mas depois brincamos a isto!!!

- tá bem! :)

O homem

O infinito condenado a ser fragmento...

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

a Beleza - o Mundo

A Beleza da Vida ...

que não se pode apanhar

que não se pode compreender

que desaparece se perseguida

mas em que podemos Mergulhar

Ser / Integrar

...

"Transforma-te a ti mesmo"

...

no Movimento Certo

encontrarás

o Mundo de Portas Abertas

Dançando, dançando...

centro

d a n ç a n d o

no meio de tudo

Será?

ser verdadeiro é compreender tudo, a nada pertencendo...

e da vontade Livre renascer continuamente,

......

domingo, 18 de novembro de 2007

Um pingo de lucidez - Radiohead lançam álbum gratuíto na net

Os Radiohead lançaram um pingo de lucidez no mar de loucura que anda por aí com a chamada luta à pirataria, lançando o seu último álbum (In Rainbows) directamente na net e sem preço mínimo. Qualquer pessoa pode fazer o donwload, e escolhe o preço que quer pagar, que pode ir desde zero, até ao que ela quiser. Ou seja qualquer um de nós pode fazer o donwload, inteiramente dentro da lei e de acordo com os desejos da banda, pagando o que cada um achar bem, desde zero a ... : it’s up to you! Não acreditam? Podem experimentar:

http://www.inrainbows.com/

O mais engraçado é que eles ganharam literalmente MILHÕES com este álbum potencialamente gratuíto. Apesar de uma grande quantidade de pessoas não ter pago, as que pagaram foram suficientes para dar milhões à banda. É possível que tenham ganho mais dinheiro com este álbum disponibilizado gratuitamente do que se tivessem sido pagas pelos processos normais das editoras!!

É simples não é!? Disponibiliza-se gratuitamente, cada um paga o que achar bem!

Brilhante! Lúcido! Enfim, simples!

Já agora, o que é que os magnatas da indústria discográfica respondem???

Bem, um dos primeiros comentários a esta história foi este:

“I really don't think it's fair that Radiohead is just giving it away over the internet... Record companies put in a lot of hard work and effort to make a band successful, and I think it's really dishonest to just cut them out like that.
Perhaps its time the government did something about it, before the record industry starts losing even more revenue and therefore jobs.”

Ou seja, segundo esta ilustre opinião, é injusto que os radiohead disponham da sua própria música disponibilizando-a gratuitamente (música que os próprios Radiohead criaram e que não está ao abrigo de qualquer contracto com qualquer editora), e o governo deveria impedir este tipo de atitudes de modo a proteger os lucros da indústria discográfica. Que alguém ache correcto ou de bom senso dizer isto em público é certamente o melhor indicador do clima de absurdo generalizado que se estabeleceu acerca do copyright e de perseguição aos chamados “piratas” informáticos, quando os verdadeiros piratas vestem fatos de mil dólares e nos tentam impingir como arte o que nos torna mais dependentes.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

ai ai o meu carrinho!!! ^_^ (a canção do soninho!!)

Yuupiii!! Lá vou eu, a conduzir o meu carrinho, estrada acima, estrada abaixo, com uma música nos dentes e paixão no coração; ao longe o Sol, mundos que desconheço, o mistério rodeia-me, perpassa-me, transcende-me... lá vou eu a conduzir, aguiar o meu carrinho, e a curvinha, a lombinha, o ar

o ar

que perpassa nos meus cabelos

a Luz que me alimenta o Olhar

o Prazer de conduzir

ai ai Lá vou Eu, lá vou eu, LÁ vou eu AQUI, a conduzir

o meu carrinho...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A primeira vítima da Guerra... é a verdade

A primeira vítima da Guerra... é a verdade.

- entenda-se guerra não como movimentos físicos, mas como atitude, de dissonância, incompreensão ou negação -

"In war, truth is the first casualty." (Ésquilo)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Geri's game

...and now for something completely different...

E agora, é a vez de sermos nós, os ouvintes, a decidirmos se queremos espelhar

o Gáudio da vitória, ou o simples Êxtase de jogar:

http://www.youtube.com/watch?v=QC-KHaSh0rI

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Frase irresponsável e exquisita (e +1 e corolário)

O preço para comunicar é ser mal entendido...

O preço para Ser é não existir...

comunicar é existir.

Feio ou bonito?

Bom dia!! Daqui, não podia deixar de ser (para ser), o vosso Narciso Fantochito Leãozinho, neste teatro onde desempenho, agora que escrevo, o papel de marioneta mor! ^_^

Independentemente do papel, o mundo é feio ou bonito?

Se estás a ter um mau dia, olha, para o contexto, para o lado, para a frente, para trás, para o centro...

O dia é maior do que parece!

O momento é mais profundo que parece...

Vamos lá dentro, chafurdar!!!

Quando olhamos para o contexto o feio

transforma-se em bonito!

Experimenta com este exemplo!

feio

bonito


E agora... !!!

O contexto do mundo em que vivemos!

Imagina!

Imagina!!

Imagina!!!

http://pubs.usgs.gov/gip/geotime/time.html

http://www.chronos.org/downloads/toweroftime.png

http://paleobiology.si.edu/geotime/main/index.html

http://exploringtime.org/?page=segments

("Earth exists in all times and all spaces. All the way from the molecular to the intergalactic. You cannot understand how the Earth works unless you can get your hands around different scales of time.")

Perceber como uma coisa funciona é um passo na direcção de compreender o que ela é ou significa...

" To question what you learn is freedom, to learn without question is slavery... "

" Strip life of every perception that exists in your mind and you will see the raw perfection that exists in everything. View this through the lens of your heart and you will find everything you have ever wanted and needed..."

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Vícios

Uma pesquisa recente veio mostrar que tentar suprimir um desejo só faz com que ele cresca!

http://news.bbc.co.uk/2/hi/health/7056330.stm

Como conseguir então combater os vícios que nos fazem ficar preguiçosos, gordos, entrar em rotinas mórbidas, etc...?

Simples: Enjoy ao máximo cada pequena pepita de prazer. O que estes investigadores não se aperceberam é que quando comemos o chocolate com gosto ele alimenta-nos a todos os níveis. Até às vezes basta pensar nele que satisfaz-nos. Agora quando estamos contra o desejo, podemos comer e comer, e há uma parte de nós que nunca fica satisfeita.

Para haver satisfação é preciso que entre, e para entrar (a nível psicológico, etc) é preciso aceitar!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Meias brancas - um inaceitável desmazelo?

Depois dos comentários de vários ministros holandeses sobre o excessivo mau-gosto que é usar meias brancas no local de trabalho (“transgressing the limits of decent dress behaviour”), a polémica adquiriu agora uma dimensão internacional.

Aqui vai o artigo da bbc, com os respectivos comentários dos leitores:

http://news.bbc.co.uk/2/hi/talking_point/3397149.stm

Sex without bodies

Dave’s True Story é o nome do grupo que lançou este album chamado “Sex without bodies”, o álbum fala bastante sobre sexo e o seu impacto nas relações. Uma das músicas, Spasm, retracta como, muitas vezes estando na presença do mais maravilhoso dos seres (a laugh that could bring me to tears // compassion coming out of your ears), só vemos o modo como nos pode “suprir as necessidades”. Então essa coisa, esse ser, essa Maravilha, não é senão

aquele aguilhão que desencadeia o Espasmo... ^_^

http://www.youtube.com/watch?v=K8EORyGIFio

Spasm

Give me a kiss if you're looking for trouble

Kiss me again 'cause I'm hoping you are

Press it right there and I'll pay you back double

But this ain't the real thing

Look at my lips

They're just dying to taste you

Look at my teeth

They're just aching to bite

But as for my heart

It's a big empty chasm

'Cause this ain't the real thing

It's just a spasm

You've got a laugh that could bring me to tears

You've got compassion coming out of your ears

You've got a mind that's agile and bright

But that's not the reason

That I'm yours tonight

I've got this urge to consume you in pieces

I've got desires that could swallow you whole

Feelings like these

I'm sure everyone has 'em

But they're not the real thing

They're just a spasm

I know this trick that could give you convulsions

I know this trick that could bring near death

Some call it ? some call it exotic

But never the real thing

Though its quite spasmodic

You've got a smile that's gentle and wise

You've got a holy man look in your eyes

You know where you're going

You know where you've been

But that's not why my nails are tearing into your skin

So let's get this straight

I'm not in for the long haul

So spare me the roses the wine and the song

It all boils down to the raw protoplasm

'Cause this ain't the real thing

It's just a spasm

This ain't the real thing

It's just a spasm

But who needs the real thing

When we've got the spasm

sábado, 13 de outubro de 2007

Pensamento e Linguagem (Tolkien)

Será que para pensar temos de usar a linguagem?

Será que para usar a linguagem temos de pensar?

Há uma passagem do livro do Senhor dos Anéis que diz assim:

"He thinks less than he talks, and slower; yet he can see through a brick wall in time".

Esta frase parece-me conter a chave da diferença entre compreender e falar. Compreender é conseguir tornar o invisível ou confuso em algo visível ou complexo, *adivinhando* as ligações reais mas escondidas. É pôr o invisível a nú. Mas esta compreensão nem sempre se consegue traduzir por palavras, e, por outro lado, é fácil e corriqueiro falar muito mais do que se compreende.

Quanto mais se vive no mundo da simples fala, mais fácil é viver sem compreensão, sem sequer lhe sentir a falta.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

É possível mudar o Mundo?

Estar Vivo é poder Mudar

Eu não posso mudar o Mundo

Só posso mudar-me a mim próprio

Observando cada vez mais o Mundo

Como ele realmente é...

I cannot change the World,

I can only change myself

looking at the world

as it actually is,

actually; more and more...

- Eheh, some guy just told me that you cannot change the World!

- Well, I seem to agree!

- Are you crazy?, everything I do changes something. Even these very words. If I could not change the world, I’d be dead. In fact that seems pretty much the definition of being alive: you can change things around you!

- Well, you can play with the world, you can communicate, showing desires and expressing inner states, and you can also apprehend the inner meaning that is expressed by the outward look of things... but you cannot certainly change the World. Let me make a comparison with a game or a program. You certainly can play a game, or use a program to write a text, but that is not the same as changing the program or the game. You can only do what the program allows you to do, you can only make certain movements in the game, make certain options, and for each option, the game will provide you with a certain predetermined reply. You cannot change any of that. You cannot change the rules, you can only play by the rules. You can make a lot of things in the World, but the World will just continue to be the World, no matter what you do, no matter if you live or die, or are happy or unhappy, things will just continue to be the way they always were, always will be, even before time begun...

- You’re crazy! This is meaningless, I mean, obviously I can change the world. I do make a difference, and every single day of my life I will be making a difference. That is why I make such efforts, can’t you see? I sacrifice, I make plans, I have goals, all this in order to change the world, to make it a better, or at least a different place, a place more according to my desires. What you are saying, is completely meaningless. Obviously, I do make a difference, if you reply you will prove precisely that, because you will be replying to what I just said, proving that I have made a difference in your behavior! What simpler and more obvious thing could there be?

- It is true you can interact with the world. You act and the world also acts in return. You’ve made a statement, and now I’m making mine. It’s all obvious and clear. You say you sacrifice. Many people do, they sacrifice things that they judge not important for things that, in their eyes, are more important. For each sacrifice we make we are also making a statement: we are saying what things we consider to be important and what things we consider to be relatively unimportant. For instance, your father is dying, he needs to eat a lot, so you kill a goose to feed him well. You are making a statement saying that, to you, your father is more important than a goose, probably the goose would feel otherwise. The world provides you with plenty of choices, plenty of knobs and buttons, to express your choices, to say who you really are, but, each time you are doing one such choice, you are only speaking about yourself, you are showing what is important to you. And the World, just like in a game, replies to your choice. It allows all sorts of choices you can think of, but those choices are already imprinted in the structure of the World. You are not changing anything regarding what is possible or impossible, or what the consequences are for each choice. Since the beginning of time the world opens up, implicit in its structure, the exact same possibilities; more and more became visible, explicit, as time goes by, and it is likely, given what we know about the Universe, that more and more will become explicit in the future. But those possibilities were there, you cannot change them, you cannot change the World.

- You’re crazy nevertheless, because, what does that mean to my life? I cannot change the World, but I can change whether there is food at my table, and whether my children will be laughing or crying. And that is the only thing that matters!

- Yes. And for them you are willing to sacrifice!

- Yes!

... ... ...

- Well, just suppose for a minute that you could not change the world. What would you do then?

- Well, then there would be nothing left to do, would there?

- You would be able to do anything you are able to do now, but knowing that it would made no difference in what really matters.

- Well, it would be the same, I could do anything, but nothing would matter. ... It’s an ugly world it would seem... Why would I want to live in such a world? I can’t imagine a single reason... What would you do?

- Well, obviously, being nothing there left to do, I would do what is left: I would Observe... and, by observing, I would change myself...

- (laughing strongly and in high pitch...) You are a crazy nuts! ^_^

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Contacto e Alquimia

se algo me prende, pelo desejo ou pela dor,

há Contacto...

se o integro na Vastidão da Consciência,

há Alquimia,

Enlevo

e Êxtase.

Só sei que nada sei...

...só sei que nada sei, ah!,

mentira!

Aprendi a voar,

nas margens da Consciência...

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Loucura ou realidade

Para gargalhar com uma piada de mau gosto, é preciso perder o bom gosto...

Para se regrar pela vida social é preciso perder a lucidez...

Para manter o bom gosto e a lucidez, é preciso despertar para este mundo de loucos,

com um Sorriso...

Coração (poema sem interesse a não ser quando lido por quem esteja, eventualmente, a morrer)

Coração, órgão mole, frágil ritmando, bombeando, ai, a vontade de viver...

transportas a vida a todo o meu corpo:

cantas, com ritmo próprio, quase independente, um Hino constante à Vida e ao Desejo de a Viver...

cada tua pulsação é um Beijo de Amor,

um Apelo à Vida, e à sua continuação.

no teu peito engancham-se emoções e ideias, transformadas em projectos, onde tentações e objectos disputam cada uma das tuas preciosas batidas.

Ligação ao Mundo!

Não desistas de mim ó coração...

Pujante, implodes por mim o sangue

que me alimenta...

És o ser mais íntimo que penetra

cada pedaço do corpo e o invade de vida...

Sentimento meu...

o Apego que dá à vida a vida para continuar...

Não desistas de mim ó coração...

que este corpo é o Trânsito

de tudo o que sou

para tudo o que conheço

e quero conhecer

Nesta vida...

Não desistas de mim ó coração...

que Amigos, Família, Computadores,

Frases e Ideias,

tão conhecidas, quase íntimas,

Toda uma forma de beijar a vida,

e de me encantar,

só por ti, lhe tenho acesso,

e tudo perco, em simultâneo e num repente!, se te vais...

Imprimi em ti,

Ó Coração,

os meus medos, desejos,

ansiedades, até Amigos e Amores...

e por isso bates, impulsionas em mim,

o sangue da Vida,

Transportando o Venoso ao Arterial

de novo em novo, procurando a transformação...

Quando terás fim Coração?!

Quando, satisfeito, pararás, em êxtase ou aflição, na partida para um novo(?) Mundo?

Não me abandones ó coração,

Quando voar noutros espaços

serás sempre meu

Como um desconhecido distante

Como um amigo sempre presente

Como uma memória imprimida

na Consciência lúcida

não abandonado

mas resolvido...

Ó Coração

não te abandono

mesmo depois

de Parado

/

Harmonizado

Continuarás a ser para mim

Íntimo...

e Agradeço-te Tudo!

(agora em vida, que depois, não sei se terei oportunidade ^_^)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Dependência

A dependência de algo desaparece quando o integramos no seu contexto.

Mas o Esplendor não...

eh eh ^_^

O fim dos apegos - Velha roupa colorida

Para começar o dia! Note-se que, para além das referências ao Raven do Edgar Allen Poe, existem também referências ao Assum preto, de Luíz Gonzaga. A ideia do Raven é que nada se repete, a canção do Assum preto é das mais tristes que se pode imaginar, mas, ainda assim, essa tristeza está ligada, como no Raven, ao apego ao passado. Quando nos libertamos de todo o apego só pode haver felicidade, alegria infinita, voando por todos os lados, inunda-nos Êxtase Pleno...



E daí a Liberdade da velha roupa colorida


Elis -

http://www.youtube.com/watch?v=T94xc5wxANM


Velha roupa colorida

------------------------------------------

Composição: Belchior. Interpretação: Elis Regina.


Você não sente não vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

O que há algum tempo era novo, jovem

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer (bis)

Nunca mais teu pai falou: "She's leaving home"

E meteu o pé na estrada like a Rolling Stone...

Nunca mais você buscou sua menina

Para correr no seu carro, loucura, chiclete e som

Nunca mais você saiu a rua em grupo reunido

O dedo em V, cabelo ao vento

Amor e flor, que é do cartaz?

No presente a mente, o corpo é diferente

E o passado é uma roupa que não nos serve mais (bis)

Você não sente não vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

O que há algum tempo era novo, jovem

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer (bis)

Como Poe, poeta louco americano,

Eu pergunto ao passarinho: "Blackbird, o que se faz?"

Raven never raven never raven

Blackbird me responde

Tudo já ficou atras

Raven never raven never raven

Assum-preto me responde

O passado nunca mais

Você não sente não vê

Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo

Que uma nova mudança em breve vai acontecer

O que há algum tempo era novo, jovem

Hoje é antigo

E precisamos todos rejuvenescer (bis)

E precisamos rejuvenescer

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Resumindo...

O único pecado do mundo é não ver

o Sagrado,

O único prazer

é SÊ-LO

Misteriosamente,

Apaixonadamente.

frases...

To be, or not to be: that is the question.

To be AND not to be: that is the answer...

http://www.artofeurope.com/shakespeare/sha8.htm


Quem não se ama precisa do amor dos outros, para se preencher, mas para se amar...

não pode existir - pois a Beleza é etérea.


O sexo é uma das raras formas de comer o outro deixando-o intacto (ou até enriquecido).


Nada há mais sagrado do que o aqui e agora.


Tudo o que amamos estará connosco se assim o deixarmos viver no nosso coração.

domingo, 16 de setembro de 2007

o Buraco (Obstipação)

(Se fizer confusão o Buraco pode ler-se “Ego”, “angústia”, “desejo” etc, tb dá)

Estive num Buraco dentro de mim,

precisava de ser preenchido, enchido,

Faltava-lhe Presença...

Conexão...

Procurei o Amor dos outros, para o encher,

Tentei Amar-me a mim próprio,

Mas, eternamente Vazio,

o Buraco engolia tudo o que se lá punha

e ansiava sempre por mais...

Tentei ser Grande,

Sábio,

Possuir riquezas da terra ou do espaço sideral,

Mas nem por isso me amei

nem por isso me amaram,

nem por isso me realizei...

O Buraco, como um vórtice,

chupava tudo à sua volta,

criava caminhos,

Sonhos, objectivos,

Desejos, estratégias,

Julgamentos... = o medo de um eu em perigo

Agora Olho para o meu Buraco,

e compreendo

Que a viagem não é enchê-lo

Mas, percebendo que não tem fundo,

Deixá-lo aberto de ambas as pontas,

Entrada e Saída, Vida e Morte, Renascimento e Apatia,

Presente e Transcendente

É a viagem do enchimento/esvaziamento,

É o Amor e o Desprezo,

É a Vida e a Morte,

É o Começo e o Fim,

És Tu e a Solidão,

Independência e Solidariedade,

Sou Eu e a Dissolução,

É o Vôo e a Viagem,

A Aventura,

Vibração,

em infinitos túneis de expressão...

sábado, 18 de agosto de 2007

Vigarizados!

Vigarizados !

pelos

políticos que fazem a guerra em nome da paz

pelos

padres que em nome do amor incutem o medo

pelos

filósofos que em nome da sabedoria impregnam o erro

pelos

comerciantes que em nome da sofisticação induzem a servidão

pelos

professores que em nome do conhecimento ensinam a obediência

pelos

pais que em nome da autonomia cultivam a dependência

pelos

amigos que em nome da amizade cultivam o ego

pela

humanidade que em nome da evolução exaure o planeta

pela própria

Vida que em nome do Divino nos encerra na Aparência

somos Guiados

na Construção de um Mundo Melhor,

de Expressão / Espelhamento da Consciência,

um Mundo que não adivinhamos ainda

(tal como os primeiros vertebrados não adivinhavam o mundo a que dariam origem)

mas de que já somos parte,

como sangue da sua História!

eh eh ^_^

A propósito da esquizofrenia

Mais ou menos no seguimento do mail da Sofia [na lista do Kung Fu To'A], um pequeno acrescento em relação à esquizofrenia. Apesar de não conhecer pessoalmente casos de pessoas esquizofrénicas parece-me que o processo é mais ou menos este:


Há muitas situações de “divisão” habituais em todos nós, tipo: “devia arrumar isto, mas deixo para depois”, “não devia ter este vício, mas só mais um bocadinho”. Em geral esta divisão entre dois coisas opostas que se desejam pode ser unificada acrescentando um adjectivo à pessoa: “eu sou viciado” por exemplo, exprime a ideia de que esta pessoa faria outras coisas que também deseja, não fosse o facto de estar “viciada” em algo. Ou então “preguiçoso”, que em geral significa que a pessoa gostaria de fazer outras coisas, não fosse a sua falta de vontade. Este tipo de considerações permite estabelecer de novo uma relativa unidade na (auto)concepção do indivíduo, apesar de, provavelmente, à custa da sua auto-estima.

Como é óbvio, a verdadeira unidade pressupõe um trabalho muito mais profundo, que envolve reflectir sobre o que é o desejo, e o que há de verdadeiramente desejável nesta vida. Mas essa é uma integridade reservada a poucos e que poucos procuram, pois dadas as actuais crenças partilhadas socialmente, envolve uma certa “travessia no deserto”,mais um descondicionamento. Envolve também um trabalho contínuo de integração do que é novo, de criar novas pontes e compreensões, uma visão simultaneamente mais alargada e radical.

No entanto, mesmo na desintegração relativa de pessoas que querem e não querem arrumar o quarto, que querem e não querem fumar, que querem e não querem sexo, que querem e não querem comer bolachas de chocolate, existe uma certa unidade superficial, conseguida com sentimentos de culpa e de repressão. Digamos que há um “eu superior” (em geral socialmente aceitável e louvado pelos eus significativos mais próximos) que reprime e condena os outros. Dessa forma, algo totalitária, garante-se um certo grau funcional ao indivíduo (pelo menos perante as suas obrigações sociais). E é isto que é, em geral, a “responsabilização” do eu pelos seus actos. “Se comes o chocolate... bla bla bla, condenações e tal...”.

Ora existem outros casos em que tal integração não é possível. Talvez o exemplo mais vulgar nas nossas sociedades seja o das relações pedófilas. Quando uma criança é forçada a ter relações sexuais, pode eventualmente gostar. No entanto este gozo do sexo pela criança é um tabu na nossa sociedade. Não há qualquer maneira de uma pessoa socialmente bem integrada na civilização ocidental actual poder pensar legitimamente que uma criança por exemplo de 9 anos pode ter gozo durante o sexo. Por isso, quando uma criança é levada a ter sexo com adultos e gosta, esse seu gosto não pode ser explicado facilmente como uma doença, ou um mero vício. A pessoa teria de ser moralmente má, um demónio ou algo assim, mesmo enquanto criança, para gostar de sexo. Ora, há medida que a pessoa vítima dessa relação pedófila vai crescendo e interiorizando a moral social, vai ficando cada vez mais dividida, entre a sua vitimização e correspondente culpabilização do violador, do pederasta, e o seu próprio gozo. Os primeiros (condenação) bem aceites socialmente, o segundo (o gozo) reprimido, mesmo perante si própria, até se tornar como que um sonho distante, algo que nunca aconteceu, que aparece por vezes como um pesadelo, lembrando uma outra vida.

Esta cisão já é ao nível do eu. Não há qualquer adjectivo que permita à pessoa unificar a sua experiência como, por exemplo, “sou boa esposa mas adorei o sexo com o meu próprio pai”. Não existe qualquer forma socialmente aceite de este “eu”, de esta “persona” existir, nenhum vício, nenhuma culpa, a unifica. Daí que se fragmente. Como boa esposa foi vitimizada pelo pai, no entanto como amante do marido tem de jogar com o seu próprio prazer, que indicia, que sugere, que remete, na sua própria interioridade íntima, àquele vício, incroyable, de outros tempos.

Penso que este tipo de experiência leva muitas vezes a casos de múltipla personalidade, onde os vários desejos se agrupam em torno de individualidades / personalidades diferentes, dado não caberem (todos esses desejos associados a “tipos” sociais tão diferentes) numa mesma personalidade.

Daqui à esquizofrenia é preciso pelo menos mais um passo. É preciso que o desejo associado à personalidade escondida seja forte, permanente – imprescindível à evolução ou estabelecimento da personalidade preponderante. Um outro exemplo: alguém que tenha sido fortemente reprimido pelos pais, pode ter querido desde criança libertar-se. No entanto, na sua vida até adulto foi construindo uma personalidade “aceite”, submissa. Mas, de tempos a tempos, surge a necessidade, que já vem de longe, de se rebelar. Mas essa necessidade não é de todo integrável na personalidade cultivada para o público exterior (familiares, amigos, local de trabalho, etc), nem para o interior (eu sou “asseado”, “respeitador”, “consciente”, “responsável”, etc). Deste modo gera-se um choque entre a personalidade assumida, e o conjunto de estímulos reprimidos até à inconsciência, de rebeldia. Daí que muitos casos de esquizofrenia sejam as palavras “porcas” que as pessoas dizem sem poder evitar, como se lhes fossem segredadas ao ouvido por outros eus, que as obrigam aos procedimentos, pensamentos e elocuções mais estranhas.

Se bem que a esquizofrenia seja um termo utilizado para cobrir muitas situações de diferente proveniência, parece-me que, em muitos casos, um caminho para uma “cura” possível seria no sentido de deixar a pessoa libertar esses “eus” escondidos, deixando que a personalidade se fragmentasse completamente, e fosse deixada, durante o tempo que fosse necessário, em estilhaços. Se bem que a pessoa original (que foi à consulta, ou que os amigos e familiares reconheciam) pudesse nunca reemergir, uma nova pessoa, mais saudável embora talvez não tão socialmente aceitável, iria eventualmente emergir, já capaz de integrar dentro de si episódios, vivências, desejos, etc, muito diversos.

É claro que, do ponto de vista social, isto é uma cura com um preço elevado, porque seria uma experiência que poria em causa a própria realidade e valor da persona. Por em causa a persona, mas em nome de quê? Da unidade, da visão íntegra? Porque é que isso haveria de ter valor, ou mais valor do que uma persona, na nossa actual ideologia social? Na verdade, a nossa sociedade baseia-se em pessoas, pessoas que têm ideias, que são de direita ou de esquerda, do Benfica ou do Sporting, etc. Mandar isso tudo pró carassas em nome da experiência, falar sobretudo de desejos, de prazeres, de aversões, em vez de pessoas. Falar de momentos em vez de vidas, de consciência e visão em vez de personalidade...

Isso é algo que não me parece que estejamos dispostos a fazer. Talvez a humanidade nunca o faça. Vivemos à superfície...

Em todo o caso, o que acontece ao nível do indivíduo tem um paralelo ao nível dos países. Há os ditatoriais, os separatistas, os em guerra civil, os que na verdade são mais que um país (caso da ex-Juguslávia), e depois há os mais livres, onde ninguém sabe muito bem o que se passa, e o Governo é um bocado fantoche e chato, onde nada se passa de verdadeiramente importante, e o que é vivo e vibrante se passa ao nível das pessoas, dos amores e dos natais... Fazendo o paralelo com o nível individual, também há aqueles para quem a persona é algo chato e pouco importante, e o que conta é a vibração de cada momento, único embora articulado com o mundo, com o todo!

Enfim, considerações um pouco loucas,

Eh eh ^_^ p